Hélices rosas

A primeira vez que vi essa trepadeira foi num viveiro atrás do Parque Villa Lobos. Fui até lá com minha mãe porque ela estava procurando alguma planta, não me lembro qual. Havia um caramanchão enorme, forrado de flores. Nos encantamos e minha mãe já imaginou colocá-la no quintal dos fundos da casa nova; fazia pouco tempo que haviam mudado. Perguntamos para a vendedora e ela disse se tratar da Congéia (Congea tomentosa).
Perguntamos se o crescimento era rápido, e ela disse que não, que para ficar daquele tamanho tinha levado dez anos, se não me engano. Pedimos uma muda e ela não tinha mais. Então, na primeira oportunidade que tivemos de ir a CEAGESP, mamis comprou uma muda.
Naquela época nem cogitava reformar o jardim dela, não tinha começado a estudar paisagismo ainda. Ela plantou e meu pai tratou de montar uma pérgola junto ao telhado do barracão dos fundos, com treliças de plástico mesmo, dessas que achamos em garden e home centers.

Pouco tempo depois de plantada, com a pérgola de plástico.

Mas, ao contrário do que a vendedora disse, a trepadeira cresceu vigorosamente e rápido. E com o tempo a pérgola começou a ceder e com a perspectiva de reformar o jardim, papis tratou de substitui-la por uma de madeira, bem mais resistente.

Foto tirada 6ª feira passada, 2 anos após a reforma.

Ela é originária da Índia e Malásia. Os galhos nascem molengas, mas logo engrossam e se enrolam como cipós. O que chamamos de flores, róseas e lindas, na verdade são brácteas que protegem as verdadeiras flores, brancas e miúdas, que aparecem no fim do inverno e primavera. E é por isso que agora está florida. Na Marginal Pinheiros, em ambos os sentidos já é possível observar grandes massas rosas.
Recomenda-se podá-las drasticamente após a florada, que termina com a queda das flores em forma de hélice, girando no ar. Singelo, não?